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Apr 06, 2025
2 min read

Minha ex-casa inteligente

Tecnopessimismo, tecnologia ruim e ingenuidade

Com a desapontadora — porém não surpreendente — novidade de que todas as interações com a Alexa passaram a ser enviadas para o Jeff Bezos a partir de 28 de março de 2025, decidi que era hora de abandonar o barco da casa inteligente.

E logo após retirar todas da tomada, concluí que eu não preciso delas, nem nunca precisei. Todos os usos que encontrei para ela são, ou inúteis, ou substituíveis por automações ou botões no celular.

  • Sobre a qualidade sonora, por exemplo, se fosse um hobbysta, faria mais sentido investir em um setup de áudio adequado.
  • Se a questão é gerenciar lâmpadas inteligentes, basta criar automações no smartphone.
  • Setar timers, alarmes, listas de tarefas, listas de compras, checar previsão do tempo, últimas notícias, ouvir rádio, mandar o Spotify tocar música… a lista é longa e para todas essas coisas a Alexa, ou faz mal e porcamente, ou não entende o que você disse e começa a telefonar para o celular da sua tia-avó.

Aqui as opiniões podem divergir e com certeza você possui algum uso para Alexa que eu considero inútil ou substituível.

O meu ponto aqui é a facilidade com a qual vários produtos pseudo-úteis entram nas nossas vidas e como sempre somos convencidos de que essas inovações inacabadas são nossa porta de entrada para o futuro.

  • Estamos há 11 anos ouvindo o Elon Musk prometer que Teslas serão autônomos a qualquer momento
  • Nos mesmos moldes, estamos nos deixando encantar com a promessa de que Geradores de Lero-Lero glorificados são a maior revolução da humanidade desde a invenção da internet.

O Vale do Silício está dobrando a aposta e quem paga somos nós porque fomos ensinados a aceitar produtos ruins. Coisas que, muitas vezes, nem produtos são.